Neste artigo vou falar um pouco sobre a apelidada“Epidemia do século XXI”. Embora ainda não haja uma classificação ou nomenclatura bem definida, existe um consenso alargado sobre a necessidade de identificar e intervir no Transtorno de uso de Internet (TUI), também chamado por alguns “dependência da internet” etc….Estas e outras terminologias são usadas para se referir a situações em que alguém usa a internet de forma abusiva, ao ponto de causar perturbação na sua vida pessoal, familiar, social e laboral.
De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, responsável pela elaboração do DSM-V (Manuel de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais), uma pessoa que sofre de TUI, experimentará uma série de sintoma e alterações de comportamento características.
Os sinais de alerta a ter em conta são:
1- Preocupação com a Internet ( pensamentos sobre experiências passadas ou antecipação da próxima sessão online);
2- Utilização da Internet por períodos cada vez mais extensos para atingir o mesmo grau de satisfação;
3- Insucessos repetitivos nas tentativas de diminuição, restrição ou abandono do uso de Internet;
4- Sentimentos de inquietação, labilidade emocional, depressão ou irritabilidade quando tenta reduzir o uso de internet;
5- Risco de perda de relacionamento significativos, emprego, oportunidades educativas ou de carreira, por causa do uso de internet;
6- Mentiras a familiares, amigos, terapeutas, para esconder o nível de envolvimento com a internet;
7- Uso da internet como veiculo de escape para problemas ou como alívio de humor, perda de esperança, sentimento de culpa, ansiedade, depressão.
As pessoas que sofrem de TUI, julgam-se muitas vezes o centro das atenções, nas redes sociais, por pensarem que cada publicação, cada comentário, cada intervenção sua na internet é observada e desejada por centenas para não dizer mesmo milhares de pessoas.
Essa é a mais pura Ilusão, potenciada, muitas vezes pela própria indústria das redes sociais, que utiliza esse falso sentimento para obter os seus milhões de lucro, à custa dessa ilusão.
O primeiro passo para sair deste percurso de destruição é reconhecer o problema e procurar ajuda psicológica. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este tipo de transtorno não se resolve por si mesmo. A ajuda de um profissional com experiência em dependências e comportamentos aditivos é indispensável para o sucesso da intervenção.
Estabelecer regras, desde tenra idade, para utilização da Internet é crucial para uma utilização saudável e equilibrada, nomeadamente na gestão do tempo de ecrã e na definição de prioridades.
E não esquecer o exemplo que os pais dão aos filhos, no que diz respeito ao uso das tecnólogias.
A melhor medida continua a ser a PERVENÇÃO.
Drª Sofia Laura Fonseca
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
Marcações: 912 595 125